Estaleiros navais de Fão e Esposende

estaleiro fao 2

Descrição

A vocação marítima dos habitantes de Fão vem desde a Idade Média. Destaca-se a extração do sal e a pesca, de rio e de mar, assim como o comércio marítimo de cabotagem, sendo este comércio servido também pela importante atividade de construção e reparação naval.

Desde meados do séc. XVI que a documentação histórica indica que aportavam dezenas de “caravelas pequenas” no porto de Fão, localidade portuária cuja Alfândega respondia ao Conde de Barcelos.

Nos fins do séc. XIX, com a edificação da Ponte D. Luis Filipe (1892) os estaleiros de Fão passam para jusante da ponte. No decorrer desse século e no seguinte os documentos sobre os estaleiros navais de Fão são muito ricos em informação, com inúmeros registos da construção de barcos de diferentes tamanhos, para a cabotagem entre o norte da Europa e Portugal, mas também para a pesca do bacalhau, documentando a importância da atividade, fruto da dedicação, conhecimento e presença de excelentes mestres carpinteiros navais e calafates.

O desenvolvimento da atividade de construção naval originou um aumento da mão-de-obra especializada e fomentou a criação de diversas outras indústrias paralelas, como a do fabrico das cordas, cabos e fios usados a bordo dos navios, que chegou a ser tão importante que abastecia outros portos do país e que está representada na toponímia fangueira, ou como a da industria das madeiras, com destaque para a serração de madeiras para tabuado.

Estas indústrias tiveram bastante sucesso até o primeiro quartel do século XX, período em que a atividade inicia um declínio, extinguindo-se a construção naval no final da década de 1940 e a da serração de madeira no final da década de 1960.
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