Ao longo de milênios, o Estuário do Cávado esculpiu uma paisagem singular, marcada por uma metamorfose geológica e humana. Desde a foz até ao interior, a geomorfologia moldou um mosaico de habitats, onde a natureza e a cultura se entrelaçam.
Na foz, a força do mar moldou dunas e cordões litorais, criando uma barreira natural que protege o estuário. As marés esculpiram canais e bancos de areia, criando um ambiente dinâmico e rico em biodiversidade. Ao longo do rio, várzeas férteis estendem-se a perder de vista, testemunhando a sedimentação milenar do Cávado. Estas áreas húmidas, outrora palco de inundações sazonais, foram domesticadas pelo homem, dando lugar a campos agrícolas e pastagens.
Nas margens do estuário, eleva-se um mosaico de paisagens: dunas douradas e verdejantes, chracos e matas de folhosas, para além de áreas urbanizadas completam o quadro, oferecendo vistas panorâmicas de cortar a respiração.
A história humana também deixou a sua marca na paisagem. Povoados ancestrais, villas romanas e hoje, cidades vibrantes, contam a história de uma região marcada pela pesca, agricultura e comércio.
Hoje, o Estuário do Cávado é um espaço de confluências, onde a natureza e a cultura se encontram em harmonia. É um lugar de beleza ímpar, mas também de grande fragilidade. A preservação deste património natural é essencial para as futuras gerações, para que possam continuar a disfrutar da sua beleza e dos seus recursos.