O lugar dos anfíbios e dos répteis numa cadeia alimentar está espelhado no seu comportamento. Se por um lado são predadores de outros seres mais pequenos, são eles próprios presas de um grande número de outros animais. E por isso têm uma atitude muito tímida, tentam passar despercebidos e ao mesmo tempo parecem estar sempre a espreitar uma oportunidade de conseguirem uma refeição.
E por isso mesmo num local muito rico em herpetofauna (anfíbios e répteis) como o PNLN, onde diversidade de biótipos e habitats e a abundância de água promovem a ocorrência de um grande número de espécies, temos de estar muito atentos para termos a sorte de observar algum destes animais.
Os anfíbios dependentes da humidade preferem sair depois do sol se pôr e só conseguimos perceber como são abundantes numa visita noturna. Já entre os répteis só mesmo as lagartixas se mostram sem pudor no topo de pedras ou muros, todas as outras espécies ao mínimo sinal da presença humana procuram refúgio e só por instantes as podemos observar.
Das doze espécies de répteis que são comuns no noroeste do país podemos encontrar oito no PNLN, o que representa um pouco mais de um quarto da diversidade nacional. As zonas de transição entre diferentes biotipos, como a transição entre bosques e campos agrícolas, são os locais onde mais facilmente podemos observar alguma serpente ou os lagartos menos comuns.
Já relativamente aos anfíbios existe uma grande diversidade com treze espécies presentes no parque natural, o que representa sessenta e cinco das espécies que ocorrem no nosso país. As pequenas depressões freáticas, os sistemas de rega tradicionais e os pequenos ribeiros que existem no parque estão povoados por salamandras, tritões, sapos e rãs. As dunas, sobretudo as mais afastadas do mar, são um biotipo surpreendentemente rico em anfíbios e os bosques preservam também muita humidade ao longo de todo o ano, sendo também locais importantes para estes animais.