As dunas resultam da diminuição da capacidade de transporte das areias pelo vento devido a obstáculos que encontram no seu trajecto. Forma-se assim uma plataforma arenosa dominada pelo Feno-das-areias (Elymos farctus), designada por duna embrionária. Favorecida pela estabilização dos sedimentos, na sua retaguarda ergue-se em cristas a duna primária, coroada pelo Estorno (Ammophila arenaria). Para o interior e ao abrigo desta surge a duna secundária, povoada por uma maior diversidade botânica, onde imperam espécies como a Madorneira (Artemisia campestris ssp. maritima), a aromática Perpétua-das-areias (Helichrysum italicum) ou a Vulneária (Anthylis vulneraria ssp. iberica).
No litoral de Esposende as dunas são uma importante parte da diversidade biológica local, oferecendo habitat para uma variedade de espécies de plantas, vertebrados e insetos.
A vegetação das dunas são fonte de alimento e abrigo para muitos animais, incluindo insetos, répteis, anfíbios, mamíferos e aves, entre as quais se destaca o Borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) com uma das mais significativas populações reprodutoras do território nacional. Estas áreas são um tesouro natural e devem ser preservadas para assegurar a manutenção da biodiversidade local.
A vegetação dunar deve ser realçada pelo seu papel estabilizador das areias litorais, que se torna cada vez mais importante devido ao défice de sedimentos que se têm verificado no concelho de Esposende.
As dunas constituem uma importante barreira entre o mar e a terra, protegendo o litoral dos efeitos nefastos da erosão costeira.
