Recifes

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Descrição

Os fundos marinhos do Parque Marinho do Litoral Norte são ocupados por extensos afloramentos rochosos que perfazem 58% da sua área, alguns deles muito acidentados formando uma ampla rede de baixios, que proporcionam uma miríade de abrigos para a fauna marinha e de pontos de fixação para as algas.

Estes baixios constituem recifes litorais e marinhos que durante a maré baixa podem mesmo ficar parcialmente expostos e/ou ligados à linha costeira. Aqui a abundância de luz e de abrigos, face à forte ondulação costeira, permite o desenvolvimento de florestas de algas muito densas, como florestas de grandes laminárias, que se têm tornado cada vez mais raros em muitos outros sectores da costa portuguesa.

Por outro lado, os ventos constantes de noroeste que empurram as águas frias do Atlântico em direção à costa, geram correntes profundas que arrastam os sedimentos depositados no leito do Atlântico até à superfície e às zonas costeiras (upwelling), o que enriquece estas águas frias com uma rica diversidade de nutrientes, proporcionando alimento abundante para algas, plâncton, invertebrados e peixes.

Isto explica a riqueza de vida marinha nos domínios marinhos do PNLN, bem patente nos exuberantes jardins de esponjas e cnidários (como as anémonas-do-mar); nas densas cinturas de comunidades bênticas, ou seja, fixas ao substrato, como as cracas, lapas, mexilhões e ouriços-do-mar; ou nas cerradas florestas de algas que se podem estender mar adentro, até mais de 20m de profundidade.

Os recifes são formados por afloramentos rochosos ou concreções de espécies biológicas como as sabelárias, sobre os quais crescem comunidades bentónicas de animais marinhos como corais, esponjas e mexilhões, ou de algas como laminárias, sargaços, alfaces-do-mar e bodelhas. Com o tempo os recifes crescem e expandem-se fornecendo abrigo a muitos peixes como a marachomba-babosa, o sargo-safia, o sargo-legítimo, o congro, o robalo e o bodião, ou a invertebrados como lavagante, cavacos, santolas, estrelas-do-mar e polvos.

A área mais visível dos recifes localiza-se na zona intertidal, intermareal ou entremarés, compreende a faixa litoral situada entre os níveis médios da maré alta e da maré baixa. É uma zona com elevado hidrodinamismo, não só porque está diretamente exposta à forte ondulação costeira, mas também por ficar exposta a grandes variações de temperatura, humidade e salinidade, resultante da subida e descida das marés; as águas retidas nas poças litorais que se formam quando a maré baixa, podem aquecer, evaporar ou misturar-se com água doce, o que sujeita os peixes e invertebrados marinhos aí retidos a uma enorme pressão ambiental.
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Quem ama a natureza, encontra beleza em todos os lugares
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